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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Espelho Mental

“O espírito que se comunica por um médium transmite diretamente seu pensamento, ou esse pensamento tem por intermediário o espírito encarnado do médium?
- É o espírito do médium que o interpreta, porque está ligado ao corpo que serve para falar, e é preciso um laço entre vós e os espíritos estranhos que se comunicam, como é necessário um fio elétrico para transmitir uma notícia ao longe, e no fim do fio uma pessoa inteligente a recebe e a transmite”.
(O Livro dos Médiuns, Cap. XIX, 2ª parte, item 223).
***
Os Espíritos foram claros ao dizer que o espírito do médium é o intérprete de seus pensamentos.Sendo intérprete dos pensamentos dos espíritos comunicantes, é natural que a mensagem transmitida contenha algo do médium, assim como o espelho que reflete uma imagem o faça de acordo com as suas possibilidades.Um espelho embaçado ou partido evidentemente refletirá com tais distorções, embora o objeto refletido se mantenha íntegro.
O espelho mental do médium, portanto, é de fundamental importância no processo das comunicações intelectuais.Semelhante às águas de um lago, o médium necessita zelar pela sua serenidade mental, para que a mensagem dos espíritos se reflita com a fidelidade possível.
O ideal seria que o médium, preparando-se para uma tarefa, pudesse ouvir alguma música suave, de preferência orquestrada. É lógico que a preparação maior do médium deve acontecer no dia-a-dia; mas, como sobre a Terra ninguém consegue fugir às lutas, poucas horas em que ele consiga se isolar dos problemas serão de grande valia para que os espíritos não encontrem tantos obstáculos mentais...
Compararíamos, ainda, a mente do médium a uma janela do tipo veneziana. Não raro, os nossos pensamentos conseguem alcança-lo somente através de algumas poucas frestas...
E devemos nos contentar com essa reduzida possibilidade, como igualmente o médium.
Muitos medianeiros manifestam a sua contrariedade por não lograrem resultados mais positivos com as suas faculdades; ora, se eles não nos oferecem melhores condições de trabalho, com que direito esperariam mais de nossa parte?!...
Diremos mesmo, sem qualquer preocupação com a modéstia, que nós, os desencarnados, até temos feito muito, em face das condições de trabalho que nos são oferecidas.
Às vezes, para conseguirmos escrever algumas linhas por dia através de um médium psicógrafo, precisamos postar-nos junto a ele quase que dia inteiro, à espera que encontre tempo para nós e nos ofereça sintonia.
Os confrades espíritas reclamam da pequena produção de romances mediúnicos, mas onde estarão os médiuns que, além de predisposição natural para a Literatura, tenham paciência suficiente para recebe-los?!
Além desses obstáculos apontados por nós, existem aqueles outros que se encarregam de criar os espíritos interessados em conturbar o intercâmbio positivo entre os dois mundos.
A facilidade com que os médiuns refletem os pensamentos dos espíritos infelizes é impressionante! Acontece, inclusive, que pelas “frestas da veneziana” a que nos referimos o médium, oscilando na sintonia, capte, ao mesmo tempo, idéias que lhe são sugeridas pelos espíritos amigos e idéias que lhe vem dos espíritos perturbadores. Por isto, numa mensagem podemos encontrar um pensamento de grande conteúdo filosófico e outro constituído por banalidades.
Para entendermos melhor o fenômeno a que acabamos de nos referir, recorramos à imagem do rádio em que uma emissora vê-se “invadida” por outra em sua própria freqüência...
A freqüência mental em que o médium procura manter-se em sintonia, estável em suas emoções, tem significado fundamental na mediunidade.
Como percebemos, o assunto é complexo, mas não devemos nos entregar ao desalento.
A mente vige na base de tudo, e, se queremos êxito em nossos empreendimentos, busquemos o equilíbrio.
Só de os médiuns tomarem consciência do que expomos será de grande proveito, porque, assim, poderão manter-se mais vigilantes e aprender a “selecionar” as idéias que captam, feito o garimpeiro que, na bateia, separa o diamente do cascalho.
Creiam que nós, espíritos comunicantes, também estamos sujeitos a essas oscilações mentais e não é igualmente sem grande esforço que conseguimos sustentar a sintonia na transmissão que desejamos.

Tragédias coletivas: por quê?

A dolorosa ocorrência da queda do avião da TAM, que ia de São Paulo para o Rio, causando a morte de quase cem pessoas, traz novamente, de forma mais intensa e angustiosa a pergunta: por quê? por que acontecem essas tragédias coletivas? Outras indagações acorrem à mente: por que alguns foram salvos, desistindo da viagem ou chegando atrasados ao aeroporto? Por que alguns foram poupados e outros receberam o impacto da queda do avião em suas casas ou na rua?
Somente o Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas e claras que explicam, esclarecem e, por via de conseqüência, consolam os corações humanos.
Para a imensa maioria das criaturas essas provas coletivas constituem um enigma insolúvel pois desconhecem os mecanismos da Justiça Divina, que traz no seu âmago a lei de causa e efeito.
Ante tragédias como essa mais recente, ou como outras de triste memória: o incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo; o incêndio no circo em Niterói; outros desastres de avião; terremotos; inundações; enfim, diante desses dramáticos episódios a fé arrefece, torna-se vacilante e, não raro, surge a revolta, o desespero, a descrença. Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que pouco se importa com os sofrimentos da Humanidade. Chega-se ao ponto de comparar-se o Criador a um pai terreno e, nesse confronto, este sair ganhando pois zela pelos seus filhos e quer o melhor para eles, enquanto que Deus...
O Codificador do Espiritismo interrogou os Espíritos Superiores quanto às provas coletivas, no item intitulado Flagelos Destruidores, conforme vemos em "O Livro dos Espíritos", nas questões 737 a 741, que recomendamos ao atencioso leitor.
Nos últimos tempos a Espiritualidade Amiga tem-se pronunciado a respeito das provações coletivas, conforme comentaremos a seguir.
Exatamente no dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), ocorre espantosa tragédia num circo apinhado de crianças e adultos que procuravam passar uma tarde alegre, envolvidos pela magia dos palhaços, trapezistas, malabaristas e domadores com os animais. Subitamente irrompe um incêndio que atinge proporções devastadoras em poucos minutos, ferindo e matando centenas de pessoas, queimadas, asfixiadas pela fumaça ou pisoteadas pela multidão em desespero.
Essa dramática ocorrência, que comoveu o povo brasileiro, motivou a Espiritualidade Maior a trazer minucioso esclarecimento, conforme narrativa do Espírito Humberto de Campos, inserida no livro "Cartas e Crônicas" (ed. FEB), cap. 6.
Narra o querido cronista espiritual que no ano de 177, em Lião, no sopé de uma encosta mais tarde conhecida como colina de Fourvière, improvisara-se grande circo, com altas paliçadas em torno de enorme arena. Era a época do imperador Marco Aurélio, que se omitia quanto às perseguições que eram infligidas aos cristãos. Por isto a matança destes era constante e terrível. Já não bastava que fossem os adeptos do Nazareno jogados às feras para serem estraçalhados.
Inventavam-se novos suplícios. Mais de vinte mil pessoas haviam sido mortas.
Anunciava-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do imperador. As comemorações para recebê-lo deveriam, portanto, exceder a tudo o que já se vira. Foi providenciada uma reunião para programação dos festejos.
Gladiadores, dançarinas, jograis, lutadores e atletas diversos estariam presentes. Foi quando uma voz lembrou: -"Cristãos às feras!" Todos aplaudiram a idéia, mas logo surgiram comentários de que isto já não era novidade. Em consideração ao visitante era preciso algo diferente. Assim, foi planejado que a arena seria molhada com resinas e cercada de farpas embebidas em óleo, sendo reunidas ali cerca de mil crianças e mulheres cristãs. Seriam ainda colocados velhos cavalos e ateado fogo. Todos gargalhavam imaginando a cena. O plano foi posto em ação. E no dia seguinte, conforme narra Humberto de Campos, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, encontraram a morte, queimadas ou pisoteadas pelos cavalos em correria.
Afirma o cronista espiritual que quase dezoito séculos depois, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em dolorosa expiação na tragédia do circo, em Niterói.
Uma outra tragédia também mereceu dos Benfeitores Espirituais vários esclarecimentos.
Por ocasião do incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido no dia lº de fevereiro de 1974, o médium Francisco Cândido Xavier, em seu lar, em Uberaba (MG), ouvindo a notícia pelo rádio, reuniu-se em prece com quatro amigos, solicitando auxílio dos Benfeitores Espirituais para as vitimas .
Atendendo ao apelo apresenta-se o Mentor Espiritual Emmanuel e escreve, através do médium, comovedora prece inserida no livro "Diálogo dos Vivos".*
Dias depois, em reunião pública, na qual estavam presentes alguns familiares de vítimas do incêndio do Joelma, os poetas Cyro Costa e Cornélio Pires (Espíritos) manifestaram-se pela psicografia, ditando ao médium sonetos referentes à tragédia.
O soneto de Cyro Costa traz uma dedicatória e o transcrevemos, tal como está, no citado livro "Diálogo dos Vivos" (cap. 26, pág. 150):
Luz nas chamas
Cyro Costa
(Homenagem aos companheiros desencarnados no incêndio ocorrido na capital de São Paulo a 1º de fevereiro de 1974, em resgate dos derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas.)
Fogo!... Amplia-se a voz no assombro em que se espalha.Gritos, alterações... O tumulto domina.No templo do progresso, em garbos de oficina,O coração se agita, a vida se estraçalha.
Tanto fogo a luzir é mística fornalhaE a presença da dor reflete a lei divina.Onde a fé se mantém, a prece descortinaO passado remoto em longínqua batalha...
Varrem com fogo e pranto as sombras de outras erasCombatentes da Cruz em provações austeras,Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos idos.
Na Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a escória...Mas ouvem-se no Além os hinos de vitóriaDas Milícias do Céu saudando os redimidos.
Tecendo comentários sobre o soneto de Cyro Costa, Herculano Pires (no livro retrocitado),
pondera que somente a reencarnação pode explicar a ocorrência trágica. Segundo o poeta as dívidas remontavam ao tempo das Cruzadas. Estas foram realizadas entre os séculos XI e XIII e eram guerras extremamente cruéis com a agravante de terem sido praticadas em nome da fé cristã. Os historiadores relatam atos terríveis, crimes hediondos, chacinas vitimando adultos e crianças. Os débitos contraídos foram de tal gravidade que os resgates ocorreram a longo prazo. Tal como o do circo em Niterói. O que denota a Bondade Divina que permite ao infrator o parcelamento da dívida, pois não haveria condição de quitá-la de uma só vez.
Vejamos agora o outro soneto (cap. 27, pág. 155):
Incêndio em São Paulo
CORNÉLIO PIRES
Céu de São Paulo... O dia recomeça...O povo bom na rua lida e passa...Nisso, aparece um rolo de fumaçaE o fogo para cima se arremessa.
A morte inesperada age possessa,E enquanto ruge, espanca ou despedaça,A Terra unida ao Céu a que se enlaçaÉ salvação e amor, servindo à pressa...
A cidade magoada e enternecidaÉ socorro chorando a despedida,Trazendo o coração triste e deserto...
Mas vejo, em prece, além do povo aflito,Braços de amor que chegam do InfinitoE caminhos de luz no céu aberto...
A idéia de que um ente querido tenha cometido crimes tão bárbaros às vezes não é bem aceita e muitos se revoltam diante dessas explicações, mas, conhecendo-se um pouco mais acerca do estágio evolutivo da Humanidade terrestre e do quanto é passageira e impermanente a vida humana, a compreensão se amplia e aceitam-se de forma mais resignada os desígnios do Criador. Por outro lado, que outra explicação atenderia melhor às nossas angustiosas indagações?
Estas orientações do Plano Maior sobre as provações coletivas expressam, é óbvio, o que ocorre igualmente no carma individual. Todavia, é compreensível que muitos indaguem como seria feita a aproximação dessas pessoas envolvidas em delitos no passado. A literatura espírita, especialmente a mediúnica, tem trazido apreciáveis esclarecimentos sobre essa irresistível aproximação que une os seres afins, quando envolvidos em comprometimentos graves. A culpa, insculpida na consciência, promove a necessidade da reparação.
O Codificador leciona de forma admirável a respeito das expiações, em "O Céu e o Inferno" (Ed. FEB), cap. 7 - As penas futuras segundo o Espiritismo. Esclarece que "o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela permanência no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem".
Assim - expressa Kardec -, as condições para apagar os resultados de nossas faltas resumem-se em três: arrependimento, expiação e reparação.
"O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.
Este o notável Código penal da vida futura, que tem 33 itens e que apresenta no último o seguinte resumo, em três princípios:
"lº O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas conseqüências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
3º Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a felicidade futura.
A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: - tal é a lei da Justiça Divina."

Perguntas sobre o futuro


Muito interessante e pertinente este trecho do Livro dos Espíritos.
Freqüentemente, nos atendimentos, é perguntado sobre o futuro e as pessoas quase exigem uma resposta.

Aí está bem esclarecido os porquês de não revelar o futuro.

LIVRO DOS MÉDIUNS - ALLAN KARDEC
Perguntas sobre o futuro
Podem os Espíritos dar-nos a conhecer o futuro?
"Se o homem conhecesse o futuro, descuidar-se-ia do presente" É esse ainda um ponto sobre o qual insistis sempre, no desejo de obter uma resposta precisa. Grande erro há nisso, porquanto a manifestação dos Espíritos não é um meio de adivinhação. Se fizerdes questão absoluta de uma resposta, recebê-la-eis de um Espírito doidivanas, temo-lo dito a todo momento." (Veja-se O Livro dos Espíritos -"Conhecimento do futuro", n. 868.)
Não é certo, entretanto, que, às vezes, alguns acontecimentos futuros são anunciados espontaneamente e com verdade pelos Espíritos?
"Pode dar-se que o Espírito preveja coisas que julgue conveniente revelar, ou que ele tem por missão tornar conhecidas; porém, nesse terreno, ainda são mais de temer os Espíritos enganadores, que se divertem em fazer previsões. Só o conjunto das circunstâncias permite se verifique o grau de confiança que elas merecem."
De que gênero são as previsões de que mais se deve desconfiar?
"Todas as que não tiverem um fim de utilidade geral. As predições pessoais podem quase sempre ser consideradas apócrifas."
Que fim visam os Espíritos que anunciam acontecimentos que se não realizam?
"Fazem-no as mais das vezes para se divertirem com a credulidade, o terror, ou a alegria que provocam; depois, riem-se do desapontamento. Essas predições mentirosas trazem, no entanto, algumas vezes, um fim sério, qual o de pôr à prova aquele a quem são feitas, mediante uma apreciação da maneira por que toma o que lhe é dito e dos sentimentos bons ou maus que isso lhe desperta.
"NOTA: É o que se daria, por exemplo, com a predição do que possa lisonjear a vaidade, ou a ambição, como a morte de uma pessoa, a perspectiva de uma herança, etc.
Por que, quando fazem pressentir um acontecimento, os Espíritos sérios de ordinário não determinam a data? Será porque o não possam, ou porque não queiram?
"Por uma e outra coisa. Eles podem, em certos casos, fazer que um acontecimento seja pressentido: nessa hipótese, é um aviso que vos dão. Quanto a precisar-lhe a época, é freqüente não o deverem fazer. Também sucede com freqüência não o poderem, por não o saberem eles próprios. Pode o Espírito prever que um fato se dará, mas o momento exato pode depender de acontecimentos que ainda se não verificaram e que só Deus conhece. Os Espíritos levianos, que não escrupulizam de vos enganar, esses determinam os dias e as horas, sem se preocuparem com que o fato predito ocorra ou não. Por isso é que toda predição circunstanciada vos deve ser suspeita." Ainda uma vez: a nossa missão consiste em fazer-vos progredir; para isso vos auxiliamos tanto quanto podemos. Jamais será enganado aquele que aos Espíritos superiores pedir a sabedoria; não acrediteis, porém, que percamos o nosso tempo em ouvir as vossas futilidades e em vos predizer a boa fortuna. Deixamos esse encargo aos Espíritos levianos, que com isso se divertem, como crianças travessas. "A Providência pôs limite às revelações que podem ser feitas ao homem. Os Espíritos sérios guardam silêncio sobre tudo aquilo que lhes é defeso revelarem. Aqueleque insista por uma resposta se expõe aos embustes dos Espíritos inferiores, sempre prontos a se aproveitarem das ocasiões que tenham de armar laços à vossa credulidade.
"NOTA: Os Espíritos vêem, ou pressentem, por indução, os acontecimentos futuros; vêem-nos a se realizarem num tempo que eles não medem como nós. Para que lhes determinassem a época, seria mister que se identificassem com a nossa maneira de calcular a duração, o que nem sempre consideram necessário. Daí, não raro, uma causa de erros aparentes.
Não há homens dotados de uma faculdade especial, que os faz entrever o futuro?
"Há, sim, aqueles cuja alma se desprende da matéria. Então, é o Espírito que vê. E, quando é conveniente, Deus lhes permite revelarem certas coisas, para o bem. Todavia, mesmo entre esses, são em maior número os impostores e os charlatães. Nos tempos vindouros, essa faculdade se tornará mais comum."
Que pensar dos Espíritos que gostam de predizer a alguém o dia e hora certa em que morrerá?
"São Espíritos de mau gosto, de muito mau gosto mesmo, que outro fim não têm, senão gozar com o medo que causam. Ninguém se deve preocupar com isso."
Como é então que certas pessoas são avisadas, por pressentimento, da época em que morrerão?
"As mais das vezes, é o próprio Espírito delas que vem a saber disso em seus momentos de liberdade e guardam, ao despertar, a intuição do que entrevia. Essas pessoas, por estarem preparadas para isso, não se amedrontam, nem se emocionam. Não vêem nessa separação da alma e do corpo mais do que uma mudança de situação, ou, se o preferirdes e para usarmos de uma linguagem mais vulgar, a troca de uma veste de pano grosseiro por uma de seda. O temor da morte irá diminuindo, à medida que as crenças espíritas se forem dilatando."
"Triunfareis, se a caridade vos inspirar e vos sustentar a fé."

Mediunidade, Um resumo

No Universo, tudo é energia em suas mais infinitas formas. Obviamente, a Terra é apenas como que um grão de areia nos inúmeros sistemas universais e, dentro dela, em graus evolutivos diversos e em aprendizado constante, os seres humanos ainda se debatem ante as Leis da Natureza. Muitos sequer descobriram a existência dos dois planos - o físico e o espiritual - dos quais todos participamos, independentemente da nossa vontade ou condição racial, política, social, econômica ou intelectual, pois o homem não cria nem revoga lei natural ou Lei de Deus.
A mediunidade, que envolve complexas e sutis formas energéticas, é uma faculdade que está latente em todos os indivíduos, podendo apresentar-se ou manifestar-se por vários modos, dependendo do estádio moral de cada médium (que é o intermediário entre o plano físico e plano espiritual, ou seja, serve de mediador entre encarnados - pessoas - e desencarnados - Espíritos , podendo também ser aquele que recebe influência, inspiração, conselho ou ensinamento de entidades espirituais, até, às vezes, sem o perceber). Allan Kardec sintetiza os médiuns em duas categorias: aqueles de efeitos físicos (a quem os Espíritos se manifestam por intermédio de movimentos, ruídos, sons, transporte de objetos, etc.) e aqueles de efeitos intelectuais (a quem os Espíritos se apresentam por meio de comunicações inteligentes - por idéias, escritos, desenhos, sinais, palavras etc.).
Como a vida física é efêmera (pois cada ser humano só vive pelo tempo necessário de prova que pediu ou de expiação que lhe foi determinada - de poucos minutos a muitos anos de existência terrena -, na lenta caminhada de aprendizado e progresso) e como a vida espiritual é eterna, e descobrindo-se, pelo estudo e pela pesquisa, que o espírito se comunica pelo pensamento, o raciocínio nos mostra, claramente, que somos espíritos encarnados, porque estamos sempre pensando: nosso corpo frágil, auxiliado pelos cinco sentidos - visão, tato, audição, olfato e paladar - é peça material que requer consciência e razão. Por isso, as diferenças entre os seres da mesma família: uns já viveram muito, antes, e aprenderam; outros viveram poucas existências e ainda não aprenderam.
Todos temos algum tipo de mediunidade; é dom concedido por Deus. Porém, só alguns possuem as chamadas mediunidades de tarefa: audiência (de ouvir vozes de Espíritos); vidência (de ver Espíritos); psicografia (de escrever o que ditam os Espíritos); psicopictografia (de pintar sob ação dos Espíritos); falante (de transmitir pelos órgãos vocais a palavra do Espírito); xenoglossia (de falar e escrever línguas estrangeiras que não conhece), além de outros tipos de mediunidade. Há pesquisadores e estudiosos do Espiritismo que classificam acima de cinqüenta os tipos de mediunidade. Existem ainda os casos de médiuns especiais, dotados de aptidões particulares, como os enumera Allan Kardec, no capítulo XVI, em "O Livro dos Médiuns", obra indispensável a quem se predisponha ao estudo sério sobre os tipos de mediunidade.
O médium, para desincumbir-se das tarefas que lhe são confiadas pelo plano espiritual, deve ser diligente, aplicado, sincero, disciplinado e bondoso, evitando o orgulho e a vaidade. Jamais deverá colocar-se na condição de superior perante os demais irmãos, sejam estes seguidores ou não da Doutrina Espírita, sabendo que é apenas um tarefeiro e que tem como diretrizes os ensinamentos dos bons Espíritos e, no que tange aos cristãos, as lições morais de Jesus, para a prática do bem.
"O médium é um companheiro. É um trabalhador. É um amigo. E é sobretudo nosso irmão, com dificuldades e problemas análogos àqueles que assediam a mente de qualquer espírito encarnado".
"Mediunidade não é pretexto para situar-se a criatura no fenômeno exterior ou no êxtase inútil, à maneira da criança atordoada no deslumbramento da festa vulgar. É , acima de tudo, caminho de árduo trabalho em que o espírito, chamado a servi-la, precisa consagrar o melhor das próprias forças para colaborar no desenvolvimento do bem".

Iniciação Mediunica

A mediunidade, como qualquer outra faculdade, exige exercício, treinamento, dedicação.
Pelas suas características de paranormalidade, impõe estudo cuidadoso e disciplina correta.
O conhecimento dos seus mecanismos e o da própria personalidade darão ao candidato os parâmetros para melhor aquilatar as manifestações, o conteúdo, os resultados.
O fator moral é, igualmente, de relevante importância pelos efeitos que dele resultam.
Estando o homem mergulhado num universo de ondas, mentes e vibrações, de Espíritos, ele sintoniza conforme a freqüência em que estagia mentalmente, atraindo os afins e repelindo os contrários.
Não havendo milagres, nem mutações nos processos anímicos e mediúnicos, por serem fenômenos naturais, a educação das faculdades parafísicas produz-se com o rigor para cuja finalidade se deseje usá-los.
O tempo proporciona como em qualquer outro cometimento, os resultados que nem sempre se lobrigam nos primeiros tentames.
Pelas delicadas teceduras de que se revestem as forças psíquicas, o fenômeno mediúnico independe do sensitivo, que deve estar sempre em condições, porém, na dependência dos Espíritos, sem cujo contributo não se produzirá.
O conhecimento da faculdade mediúnica proporcionará ao homem, melhor comportamento, a fim de produzir com eficiência e tranqüilidade.
*Se desejas cooperar com os Benfeitores da humanidade, no campo das responsabilidades mediúnicas, tem tento e entrega-te a Deus, resguardando-te na oração, no estudo e na ação da caridade.
Não te apresses em apurar as tuas faculdades medianímicas.
Aprimora-te, primeiro, nos valores morais, submetendo-te ao caldeamento das paixões inferiores, de modo a superar-te.
Dedica-te ao serviço do bem e à caridade fraternal, aprendendo boa vontade e submissão.
Libera-te de caprichos e pequenezes do caráter, com que aprenderás cooperação e entendimento, tornando-te dúctil, maleável ao intercâmbio espiritual.
Propõe-te silêncio e meditação diante dos fatos e ocorrências lamentáveis, treinando discrição e humildade.
Busca manter a vida interior e resguarda-te de agredir, sequer por pensamento, favorecendo aos Espíritos um campo mental tranqüilo.
Cultiva a paciência, submetendo a presunção, com que te armarás de consciência moral para uma sintonia correta com os desencarnados, que os Benfeitores Espirituais, encarregados do teu programa mediúnico, estabelecerão para a tua tarefa de redenção.
*Jesus, o Médium por Excelência, entregava-se a Deus, sem exigência nem precipitação, recebendo do Pai as diretrizes para o Seu messianato, com que nos vem alçando do vale das humanas fraquezas para a montanha da sublimação espiritual, que é o nosso fanal.

Mediunidade como processo de evolução do Espírito

A mediunidade é um instrumento de evolução que leva o Espírito a mudar sua forma de pensar e agir. O intercâmbio mediúnico realizado com perseverança pode transformar o cérebro num grande manancial de energias construtoras no bem.
A mediunidade, bem compreendida, promove o desejo de servir e esclarecer. É de fundamental importância que o médium exercite sua mediunidade como um instrumento da prática do amor cristão. O bom uso da mediunidade dá ao Espírito a verdadeira alegria.
Esse é o grande papel da caridade na vida do médium. Coloca-o frente a necessidade de seu próximo e lhe dá sugestões de recursos, através de seus canais mediúnicos. Auxiliar, aliviar, esclarecer e até mesmo curar o Espírito é uma tarefa que o médium pode realizar. A cura começa a acontecer quando o Ser tem propósito de mudanças e alimenta o campo mental de novas vibrações abalizadas no bem.
O médium deve sempre ir em busca dos que sofrem, dos que necessitam para desenvolver seus sentimentos.
A mediunidade com Jesus começa quando o médium se dispõe a realizar o trabalho ao qual está compromissado, preparando-se adequadamente.
A preparação do médium inclui a compreensão das leis e os mecanismos que regem o intercâmbio mediúnico.
É necessário que o médium se envolva com o trabalho, fazendo da mediunidade um fato importante de sua existência, utilizando-a com discernimento e amor.
A mediunidade é um compromisso programado em virtude da anterioridade do Espírito. Entre suas funções está a reorganização energética dos quadros retidos na memória, através da prática constante no bem. A mediunidade não acompanhada de estudo e caridade não se estabelece conforme o compromisso anteriormente programado. A sintonia é o canal de vibração mantido pelo pensamento junto a outros Espíritos. Pela sintonia o médium identifica as vibrações dos Espíritos que com ele convivem.
A sintonia pede exercício constante e uma prática coerente, estabelecendo o verdadeiro vínculo com outros pensamentos.
O amor, a renúncia, o trabalho, auxiliam o Espírito a encontrar o seu equilíbrio mental.
Ninguém expande a mediunidade sem o esforço de domar suas más tendências.

Mediunidade, benção de Deus

Os espíritos superiores nos ensinam que a mediunidade está na terra desde os primeiros processos da manifestação do homem no planeta, e que nem mesmo nos momentos mais difíceis dos acontecimentos históricos, políticos, sociais etc..., por que passou a humanidade, em que muitos serviram de mártires, a mediunidade não recuou diante da tirania e da ignorância dos poderosos da época, que perseguiram homens e mulheres que foram barbaramente supliciados até a morte por serem provas vivas da verdade espiritual.
Muitos dos primeiros cristãos, médiuns de valiosos recursos mediúnicos, foram mortos da maneira mais bárbara possível, alguns traspassados por flechas incandescentes, outros foram cozidos vivos em azeite fervendo, outros jogados às feras nos espetáculos circenses para serem devorados vivos sob o aplauso da turba romana, patrocinados pelos imperadores sanguinolentos.
Mas, apesar de tudo, o Cristianismo seguiu conduzidos pelos benevolentes trabalhadores do Cristo, e grandes vultos da história do cristianismo surgiam, os profetas se multiplicavam, os fenômenos mediúnicos invadiram até mesmo a história da Igreja, pois muitos dos seus Santos foram médiuns na terra, podemos citar Santo Agostinho, São Luiz, etc.., e outras tantas personalidades da humanidade conhecidas em toda a terra entre elas Joanna D’arc.
No livro dos médiuns, Capítulo XXXI - item XI, o espírito Pedro Jouty nos esclarece a esse respeito dizendo: ’³’³O dom da mediunidade é tão antigo quanto o mundo. Os profetas eram médiuns. Os mistérios de Elêusis se fundavam na mediunidade. Os Caldeus, os Assírios tinham médiuns. Sócrates era dirigido por um Espírito que lhe inspirava os admiráveis princípios da sua filosofia; ele lhe ouvia a voz. Todos os povos tiveram seus médiuns e as inspirações de Joana d'Arc não eram mais do que vozes de Espíritos benfazejos que a dirigiam.
Esse dom, que agora se espalha, raro se tornara nos séculos medievos; porém, nunca desapareceu. Swedenborg e seus adeptos constituíram numerosa escola’´.
Foi então que na primeira metade do século XIX os fenômenos mediúnicos abalaram a comunidade científica na América e na Europa, pois as mesas dançavam, e a presença dos fenômenos que se alastravam falavam à razão humana da existência de mais um enigma a ser decifrado pelos sábios e estudiosos.
Deus, então, por sua infinita misericórdia e bondade, fez surgir o sol fulgurante da verdade e, era necessário uma alma de escola, para recebê-lo e interpretá-lo sob uma nova ótica, diferente daquela até então utilizada pelos cientistas da época, inteiramente voltada para o materialismo.
Surge nesse grave momento, o extraordinário espírito incumbido de tão grande e sublime missão, o codificador Allan Kardec que empregou toda sua genialidade e cultura científica milenares, na organização dos ensinos ministrados pelos Imortais do mundo maior, lançando os livros contendo a filosofia, a ciência e a religião espírita.
Daquele momento em diante, a mediunidade deixava de ser mística e sobrenatural, para ser entendida como mais uma ferramenta de que o ser humano pode se utilizar, de maneira positiva, em benefício próprio e do seu semelhante.
Hoje, esclarecidos pela terceira revelação, podemos entender que a mediunidade é coisa sagrada, que deve ser praticada de maneira digna e responsável, exercida com devotamento, discrição e humildade, no anonimato em benefício da humanidade.
Os médiuns, não são seres privilegiados em missão na mediunidade, são sim na maioria das vezes, seres endividados e em necessárias provas e rígidas expiações a caminho da sua própria regeneração diante das Leis eternas e imutáveis que regem o destino dos seres humanos.
Para finalizar, recorreremos mais uma vez ao Livro dos Médiuns, ainda no Capítulo XXXI, onde encontramos a comunicação que abaixo transcrevo, como seguro ensinamento para todos que laboramos nos trabalhos que a mediunidade nos premia e que precisamos saber dar o devido valor.
Todos os homens são médiuns, todos têm um Espírito que os dirige para o bem, quando sabem escutá-lo. Agora, que uns se Comuniquem diretamente com ele, valendo-se de uma mediunidade especial, que outros não o escutem senão com o coração e com a inteligência, pouco importa: não deixa de ser um Espírito familiar quem os aconselha. Chamai-lhe espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde à vossa alma, pronunciando boas palavras. Apenas, nem sempre as compreendeis.
Nem todos sabem agir de acordo com os conselhos da razão, não dessa razão que antes se arrasta e rasteja do que caminha, dessa razão que se perde no emaranhado dos interesses materiais e grosseiros, mas dessa razão que eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta a regiões desconhecidas, chama sagrada que inspira o artista e o poeta, pensamento divino que exalta o filósofo, arroubo que arrebata os indivíduos e povos, razão que o vulgo não pode compreender, porém que ergue o homem e o aproxima de Deus, mais que nenhuma outra criatura, entendimento que o conduz do conhecido ao desconhecido e lhe faz executar as coisas mais sublimes.
Escutai essa voz interior, esse bom gênio, que incessantemente vos fala, e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo guardião, que do alto dos céus vos estende as mãos. Repito: a voz íntima que fala ao coração é a dos bons Espíritos e é deste ponto de vista que todos os homens são médiuns’´.

Terra - Escola dos Espíritos

Há muitas moradas na Casa de meu Pai. (Jesus –João, 14:2)

Jesus diz que há várias moradas na casa do Pai, que é o Universo, e que as moradas dos espíritos são os inúmeros planetas habitados que foram criados por Deus para povoar a sua criação.
A classificação espírita divide os mundos em 5 principais categorias, conforme o grau de evolução material e moral dos habitantes destes planetas.
* Mundos Primitivos
* Mundos de Expiação e Provas
* Mundos Regeneradores
* Mundos Felizes
* Mundos Celestes ou Divinos
Mundos Primitivos: a primeira fase dos planetas habitados. Servem de morada para as primeiras encarnações dos espírito. Podemos comparar estes planetas à Terra na pré-história até o começo da civilização humana como conhecemos. Neste tipo de mundo não existe nenhuma vida moral, vivendo aí o homem como vivem os animais, só preocupado com a satisfação das suas necessidades materiais. A ignorância domina totalmente sobre o conhecimento e a moral.
Mundos de Expiações e Provas: é a situação atual do nosso planeta, que nos oferece o exemplo de um dos tipos de mundos expiatórios. Os espíritos têm que lutar ao mesmo tempo contra a perversidade dos homens e a inclemência da natureza. O mal predomina sobre o bem, e consequentemente o sofrimento predomina sobre a felicidade. Os espíritos aí encarnados têm que expiar, ou seja, consertar erros do passado, de outras encarnações, e ao mesmo tempo passar por provações, cujo objetivo é fazer evoluir as qualidades do coração e da inteligência.
Mundos Regeneradores: servem de transição entre os mundos de expiação e provas para os mundos felizes. É o próximo passo evolutivo em que a Terra passará e esta transição parece que está próxima. É a reconstrução da sociedade sobre novos valores morais, em que o objetivo maior será a satisfação das necessidades básicas do ser humano. O bem predomina sobre o mal, e os espíritos do nosso planeta que não estiverem prontos para esta transição serão conduzidos para outros planetas, que estiverem na mesma fase atual da Terra, onde continuarão a sua evolução.
Mundos Felizes: onde o bem supera muito a ignorância. Nestes mundos, a felicidade dos espíritos encarnados supera em tudo o que compreendemos dela no nosso planeta. A ciência e a tecnologia atingem patamares inimagináveis. Não existirá mais doenças, mortes prematuras, guerras, pestes, fome e tudo o que seja fruto do egoísmo e do orgulho.
Mundo Divinos: morada os espíritos purificados, onde o bem reina e a ignorância não existe. São as últimas etapas reencarnatórias dos espíritos.
Destinação da Terra
-EXPIAÇÃO: O Homem não é punido, portanto, sempre, ou completamente na sua existência presente, mas jamais escapa das consequências de suas faltas.
- PROVAÇÃO: As provas têm por fim exercitar a inteligência, assim como a paciência e a resignação.
A Doutrina Espírita coloca fim à eternidade do sofrimento, ao inferno, que contrariava totalmente a misericórdia divina. Podemos ter uma melhor compreensão da justiça do Senhor, pois entenderemos que Deus permite que nós mesmos resgatemos nossos erros, tendo novas oportunidades de aprender:
Expiações: toda dificuldade, problema, doenças provenientes de atos errados que fizemos em uma vida passada. Pois para toda ação existe uma reação, e para uma ação ruim vem uma reação ruim em forma de sofrimentos e dores. Nós nem sempre recebemos estas reações na mesma vida que praticamos o erro, então elas ficarão para o resgate em uma próxima reencarnação. É assim que age a justiça divina, que tem o objetivo maior de ensinar e nunca de castigar.
Provações: são situações que passamos e que têm a finalidade de exercitar a nossa inteligência, paciência e a nossa resignação. Não têm, necessariamente, nada a ver com atos que fizemos em outras encarnações, mas sim, são frutos de atitudes que tomamos ou deixamos de tomar nesta existência. São também frutos das atitudes dos outros com quem somos colocados a conviver nesta vida. Por isso que é necessário compreendermos o que estamos fazendo aqui para aceitarmos melhor as pequenas alfinetadas diárias que a vida nos oferece, e que visam nos educar.
"Ai do mundo por causa dos escândalos, porque é necessário que venham os escândalos, mas ai daquele homem por que os escândalos vêm" (Mateus l8:7).
Escândalos: Nesta passagem Jesus afirma que os sofrimentos são necessários no estágio atual do nosso planeta, pois há espíritos atrasados que causam as dores e outros espíritos também atrasados que precisam passar por isto para o seu aprendizado. Mas ai daquele que faz o seu semelhante sofrer, pois ele colherá frutos amargos das sementes ruins que plantou durante a sua vida aqui neste planeta.
"Em verdade vos digo, que tudo o que ligardes na terra, será ligado no céu e tudo o que desligardes na terra, será desligado no céu" (Mateus l8:l8).
Jesus confirma que só encarnados é que consertaremos os erros que cometemos. E é na matéria que iremos aplicar os conhecimentos que aprendemos, mudando o nosso espírito e superando os nossos limites morais e intelectuais. Que nossa felicidade estará ligada naquilo que mais estimarmos, ou seja, se gostarmos mais das coisas da terra do que das do espírito, nossa paz dependerá de como estiver a situação material por qual estivermos passando. E como a vida na matéria é inconstante, nossa felicidade também será assim. Ao passo que se tivermos nosso coração, nossos desejos, principalmente na parte espiritual, nas coisas de Deus, alcançaremos a paz de espírito, pois o que vem do céu é constante.
"A Terra chegou a um de seus períodos de transformação, e vai passar de um mundo expiatório a mundo regenerador. - Então os homens encontrarão nela a felicidade, porque a Lei de Deus a governará" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, item 19).
Usando esta frase do Evangelho Segundo o Espiritismo, temos que salientar que a Terra está perto de uma de suas fases de transição e que só ficarão aqui espíritos que tiverem merecimentos para viverem em um mundo mais civilizado, onde o bem predominará sobre o mal. Os indivíduos trabalharão primeiro para o bem coletivo e depois pensando na individualidade. Mas, como a natureza não dá saltos, situações difíceis acontecerão na vida das pessoas, para separar joio do trigo. E quem persistir no bem, não se deixando levar pelas imperfeições, poderá encontrar a paz de espírito que tanto busca.

As Drogas e suas Implicações Espirituais

I— Introdução
Um dos problemas mais graves da sociedade humana, na atualidade, é o consumo indiscriminado e, cada vez mais crescente, das drogas por parte não só dos adultos, mas, também, dos jovens e lamentavelmente até das crianças, principalmente nos centros urbanos das grandes cidades.

A situação é tão preocupante, que cientistas de várias partes do Planeta, reunidos, chegaram à seguinte conclusão: “Os viciados em drogas de hoje podem não só estar pondo em risco seu próprio corpo e sua mente, mas fazendo uma espécie de roleta genética, ao projetar sombras sobre os seus filhos e netos ainda não nascidos.”

Diante de tal flagelo e de suas terríveis conseqüências, não poderia o Espiritismo, Doutrina comprometida com o crescimento integral da criatura humana na sua dimensão espírito-matéria, deixar de se associar àqueles segmentos da sociedade que trabalham pela preservação da vida e dos seus ideais superiores, em seus esforços de erradicação de tão terrível ameaça.

O efeito destruidor das drogas é tão intenso que extrapola os limites do organismo físico da criatura humana, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio e a própria saúde do seu corpo perispiritual. Tal situação, somada àquelas de natureza fisiológica, psíquica e espiritual, principalmente as relacionadas com as vinculações a entidades desencarnadas em desalinho, respondem, indubitavelmente, pelos sofrimentos, enfermidades e desajustes emocionais e sociais a que vemos submetidos os viciados em drogas.

Em instantes tão preocupantes da caminhada evolutiva do ser humano em nosso planeta, cabe a nós espíritas, não só difundir as informações antidrogas que nos chegam do plano espiritual benfeitor que nos assiste, mas, acima de tudo, entender e atender aos apelos velados que estes amigos espirituais nos enviam com seus informes e relatos contrários ao uso indiscriminado das drogas, no sentido de envidarmos esforços mais concentrados e específicos no combate às drogas, quer no seu aspecto preventivo, quer no de assistência aos já atingidos pelo mal.

II — A ação das drogas no perispírito
Revela-nos a ciência médica que a droga, ao penetrar no organismo físico do viciado, atinge o aparelho circulatório, o sangue, o sistema respiratório, o cérebro e as células, principalmente as neuroniais.

Na obra “Missionários da Luz” — André Luiz (pág. 221 — Edição FEB), lemos: “O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual.” Em “Evolução em dois Mundos”, o mesmo autor espiritual revela-nos que os neurônios guardam relação íntima com o perispírito.

Comparando as informações destas obras com as da ciência médica, conclui-se que a agressão das drogas ao sangue e às células neuroniais também refletirá nas regiões correlatas do corpo perispiritual em forma de lesões e deformações consideráveis que, em alguns casos, podem chegar até a comprometer a própria aparência humana do perispírito. Tal violência concorre até mesmo para o surgimento de um acentuado desequilíbrio do Espírito, uma vez que “o perispírito funciona em relação a este, como uma espécie de filtro na dosagem e adaptação das energias espirituais junto ao corpo físico e vice-versa.

Por vezes o consumo das drogas se faz tão excessivo, que as energias, oriundas do perispíríto para o corpo físico, são bloqueadas no seu curso e retornam aos centros de força.

III — A ação dos Espíritos inferiores junto ao viciado
Esta ação pode ser percebida através das alterações no comportamento do viciado, dos danos adicionais ao seu organismo perispiritual, já tão agredido pelas drogas, e das conseqüências futuras e penosas que experimentará quando estiver na condição de espírito desencarnado, vinculado a regiões espirituais inferiores.

Sabemos que, após a desencarnação, o Espírito guarda, por certo tempo, que pode ser longo ou curto, seus condicionamentos, tendências e vícios de encarnado. O Espírito de um viciado em drogas, por exemplo, em face do estado de dependência a que ainda se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e necessidade de consumir a droga. Somente a forma de satisfazer seu desejo é que irá variar, já que a condição de desencarnado não lhe permite proceder como quando na carne. Como Espírito precisará vincular-se à mente de um viciado, de início, para transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga, posteriormente para saciar sua necessidade, valendo-se para tal do recurso, ou da vampirização das emanações tóxicas impregnadas no perispírito do viciado ou da inalação dessas mesmas emanações quando a droga estiver sendo consumida.

“O Espírito de um viciado em drogas, em face do estado de dependência a que se acha submetido, no outro lado da vida, sente a desejo e a necessidade de consumir a droga”

Essa sobrecarga mental, indevida, afeta tão seriamente o cérebro, a ponto de este ter suas funções alteradas, com consequente queda no rendimento físico, intelectual e emocional do viciado. Segundo Emmanuel, “o viciado ao alimentar o vício dessas entidades que a ele se apegam, para usufruir das mesmas inalações inebriantes, através de um processo de simbiose em níveis vibratórios, coleta em seu prejuízo as impregnações fluídicas maléficas daqueles, deixando o viciado enfermiço, triste, grosseiro, infeliz, preso à vontade de entidades inferiores, sem o domínio da consciência dos seus verdadeiros desejos”.

IV — Contribuição do Centro Espírita no trabalho antidrogas desenvolvido pelos Benfeitores Espirituais As Casas Espíritas, como Pronto-Socorro espirituais, muito podem contribuir com os Espíritos Superiores no trabalho de prevenção e auxílio às vítimas das drogas nos dois lados da vida. Com certeza, esta contribuição poderia ocorrer através de medidas que, no dia-a-dia da instituição ensejassem:

1. Um incentivo cada vez mais constante às atividades de evangelização da infância e da juventude, principalmente com sua implantação, caso a Instituição ainda não o tenha implantado.
2. Estimular seus freqüentadores, em particular a família do viciado em tratamento, à prática do Evangelho no Lar. Estas pequenas reuniões, quando realizadas com o devido envolvimento e sinceridade de propósitos, são fontes sublimes de socorro às entidades sofredoras, além, naturalmente, de concorrer para o estreitamento dos laços afetivos familiares, o que decerto estimulará o viciado, por exemplo, a perseverar no seu propósito de libertar-se das drogas ou a dar o primeiro passo nesse sentido.
3. Preparar devidamente seu corpo mediúnico para o sublime exercício da mediunidade com Jesus, condição essencial ao socorro às vítimas das drogas, até mesmo as desencarnadas.
4. No diálogo fraterno com o viciado e seus familiares, sejam-lhes colocados à disposição os recursos socorristas do tratamento espiritual: passe, desobsessão, água fluidificada e reforma íntima.
5. Criar, no trabalho assistencial da Casa, uma atividade que enseje o diálogo, a orientação, o acompanhamento e o esclarecimento, com fundamentação doutrinária, ao viciado e a seus familiares.

V — Conclusão
Diante dos fatos e dos acontecimentos que estão a envolver a criatura humana, enredada no vício das drogas, geradores de tantas misérias morais, sociais, suicídios e loucuras, nós, espíritas, não podemos deixar de considerar esta realidade, nem tampouco deixar de concorrer para a erradicação deste terrível flagelo que hoje assola a Humanidade. Nesse sentido, urge que intensifiquemos e aprimoremos cada vez mais as ações de ordem preventiva e terapêutica, já em curso em nossas Instituições, e que, também, criemos outros mecanismos de ação mais específicos neste campo, sempre em sintonia com os ensinamentos do Espiritismo e seu propósito de bem concorrer para a ascensão espiritual da criatura humana às faixas superiores da vida.

Nossos Incansáveis Anjos Guardiões

É muito confortável saber que temos quem nos protege continuamente do “lado de lá”.
Amigos fiéis e devotados que nos acompanham desde a fecundação no ventre de nossas mães e que seguirão ao nosso lado zelando por nós ininterruptamente.
Estes protetores são Espíritos de uma ordem um pouco mais elevada e que não nos abandonando nunca, ficam mais afastados quando nos sentem refratários e inclinados às sugestões de Espíritos inferiores, voltando a interceder tão logo a isto estejamos abertos. Essa fidelidade em que, por mercê de Deus nos foi concedida, e que livremente aceitaram por missão, muitas vezes penosas, nos envolve e nos acompanha de perto onde quer que estejamos: nas prisões, nos hospitais, nos lares, e até esmo na solidão ou lugares menos dignos em que possamos estar. São Espíritos bondosos, que nos estimam, e que em encarnações anteriores foram nossos amigos ou parentes.
“... Ah! Se conhecêsseis bem essa verdade! Quanto vos ajudaria nos momentos de crises! Quantas vezes vos salvariam dos maus Espíritos! Mas no dia decisivo, esse anjo do bem terá que vos dizer: “Não te disse isso? E tu não fizeste. Não te mostrei o abismo? E tu aí te precipitaste. Não te fiz ecoar na tua consciência a voz da verdade? E não seguistes os conselhos da mentira? Oh! Interrogai os vossos anjos guardiões, estabelecei entre eles e vós essa ternura íntima que reina entre os melhores amigos. Não penseis em lhes esconder nada, porque eles têm o olhar de Deus e não podeis enganá-los... Procurai avançar nesta vida e vossas provas serão mais curtas, vossas existências, mais felizes... Não temais nos cansar com vossas questões. Ao contrário, procurai sempre estar em relação conosco, sereis mais fortes e felizes. Vamos homens, coragem! Atrai para longe de vós de uma vez por todas os preconceitos e idéias preconcebidas. Entrai no novo caminho que se abre diante de vós. Marchai! Tendes guias, segui-os, que a meta não pode vos faltar, porque essa meta é o próprio Deus.”
Inquiridos sobre se o Espírito-protetor sofre quando seu protegido segue o mau caminho, e se, então, sente-se responsável pelo mau resultado dos seus esforços, respondem os Espíritos venerandos que ele lastima, porém não se sente responsabilizado, pois que fez o que de si dependia e sabe esperar o tempo necessário, pois o que não aprendeu hoje, um dia aprenderá.
Saber de tudo isto, renova nossa confiança na bondade e maiores dificuldades e angustias, nos oferecendo alento e esperança para os desafios em que a vida, em resposta às nossas escolhas anteriores, hoje nos coloca. Inegavelmente vivemos hoje do que plantamos ontem e, como dois e dois são quatro...
Os desafios nunca erram o endereço de onde estamos.
Porém, quando abrimos espaço, a misericórdia divina nos envia os Espíritos Benfazejos, para que nos incentivem, amparem e intuam no correr da caminhada de nossa evolução, porque...
Quando erramos a procura do caminho, necessitamos da graça que alumia o retorno.

Encostos

Antes de tudo, é bom esclarecer que o que vulgarmente se entende por "encosto" é a suposta presença de um espírito junto a um encarnado, ou seja, um morto que se liga a um vivo a fim de perturbá- lo.
Convém que tenhamos em mente, que o mundo espiritual não fica em região distante do mundo dos vivos mas ambos se interpenetram. Assim, os espíritos nos percebem bem como alguns encarnados os percebem através da faculdade mediúnica.
A reger esses dois mundos, há a lei de afinidade ou de sintonia. Dessa forma, é pelos pensamentos que atraímos os desencarnados e somos atraídos por eles.
Se for um familiar, um ente caro que está do lado de lá, e nós o chamamos constantemente pelo pensamento, ele sente as nossas vibrações. Se forem vibrações equilibradas de carinho, afeto, saudade, ele se sentirá bem.Todavia, se nos lembramos dele com revolta, mágoa, nós é que nos constituiremos em "encosto", isto é, não lhe damos sossego no além túmulo.
Se, por outra, o chamamos para que nos auxilie e ele não se acha em condições para tanto, sentirá nosso assédio mental e sofrerá com isso.
Considerando-se, ainda, que raras são as pessoas que têm um retorno tranqüilo à vida espiritual, por faltar-lhes conhecimento e, sobretudo preparo, estas são como náufragos do além, que precisam de socorro.
Isso ocorre por terem se ligado tão intensamente aos interesses materiais, que ao desencarnar não apresentam a mínima condição para reconhecer onde estão e o que lhes compete fazer, como atordoado sobrevivente de um naufrágio em ilha desconhecida. Espíritos assim podem permanecer no próprio lar, ao lado dos familiares. Ignorando sua nova condição, solicitam ajuda e se desesperam ao sentir que não são atendidos.
Se na casa há alguém com razoável sensibilidade psíquica, passa a colher algo das angústias e inquietações do desencarnado e, não raro, sensações relacionadas com os sintomas da doença que motivou seu falecimento.
Nesse, como nos demais casos, cabe-nos o dever de ajudar. Seja fazendo uma prece, rogando a Jesus que encaminhe esse espírito, seja vibrando com carinho em seu favor, ou simplesmente endereçando-lhe um bom pensamento.
O importante é que tenhamos sempre em mente, que os ditos "encostos" nada mais são do que os homens e mulheres que viveram no corpo físico e que agora habitam o mundo dos espíritos. Não há razão para temê-los, nem para expulsá-los com indiferença. São nossos irmãos, rogando auxílio e compreensão.
Você sabia que muitos espíritos ficam presos no lar algemados pelas vibrações desajustadas de familiares que não aceitam a separação?
Evitando o desespero e a inconformação estaremos ajudando os seres que amamos, na viagem de retorno à pátria espiritual.
E você sabia que a literatura espírita é rica em informações sobre a vida no além túmulo?
Se você quer saber mais a respeito desse tema, procure os livros espíritas que tratam do assunto.

O Sono e Sonhos - Visão Kardecista

Estudo parte I:

LIVRO DOS ESPIRITOS - Allan Kardec. Da Volta do Espírito a vida corporal. Parte Segunda. Capitulo VIII. Perguntas 400 a 406.

a) O espírito encarnado aspira sempre sua libertação do envoltório físico, que e' como se fosse um cárcere para oespírito.
b) O Espírito jamais esta inativo. Durante o sono, os laços que o prendem ao corpo físico se afrouxam e ele pode selançar no espaço.
c) Pelos sonhos pode-se avaliar a liberdade do espírito.Quando o corpo repousa o espírito tem mais faculdades, epode inclusive ter lembranças do passado e por-se em comunicação com outros espíritos.
d) Não recordamos totalmente de nossos sonhos pois, quando oespírito retorna o corpo, perde as lembranças do que passou.
e) As interpretações que se dão aos sonhos não tem relação com o que se sonha.
f) Muitas vezes os pressentimentos que temos em sonho são efeitos da imaginação, e não podemos esquecer que nos sonhoso espírito continua sendo influenciado pela matéria.
g) Podemos encontrar pessoas encarnadas durante o sonho epodem ser pessoas que nos vêem visitar.

Esclarecimentos:

1 - O espírito repousa quando do sono do corpo físico?

R - O Espírito está sempre em atividade, somente nosso corpofísico é que repousa; sendo justamente durante este período que o Espírito se encontra menos preso ou mais liberto do corpo e pode ter um contato maior com a espiritualidade seja ela Superior seja ela inferior.

2 - Porque não recordamos totalmente de nossos sonhos?

R - Nem sempre recordamos devido ao próprio retorno do espírito ao corpo físico, num processo semelhante ao esquecimento que ocorre durante a reencarnação.

3 - como analisar os que sempre interpretam os sonhos, buscando uma explicação para cada sonho?

R - São ingênuos que buscam o que não existe na realidade. Sonhos não tem significados místicos que muitos colocam.

Estudo parte II:

A) Não é necessário o adormecimento completo para a emancipação da alma. Para se emancipar, o espírito aproveitatodos os instantes de trégua que o corpo lhe concede. Basta que os órgãos entrem em estado de torpor para que o espírito recobre a liberdade.
Nota de Kardec: Assim se explica que imagens idênticas às que vemos, em sonho, vejamos estando apenas meio dormindo, ou em simples modorra.
b) O fato de ouvirmos palavras ou mesmo frases inteiras quando os sentidos começam a se entorpecer é, quase sempre, eco de algum espírito que desejava se comunicar conosco.
c) Às vezes, num estado que não seja o do adormecimento completo, estando com os olhos fechados, podemos ter visões, imagens distintas, cujas mínimas particularidades percebemos. Isto se dá devido ao espírito, estando entorpecidoo corpo, dele se desprender. Então, transporta-se e vê. Se já fosse completo o sono, haveria sonho.
d) As idéias que nos ocorrem durante o sono ou quando estamos ligeiramente adormecidos, que nos parecem excelentese que se nos apagam da memória, apesar dos esforços que façamos para retê-las, provêm da liberdade que o espírito tem quando se encontra emancipado, estado em que goza de suas faculdades mais amplamente. Também podem serc onselhos de outros espíritos.
e) Essas idéias, em regra, mais dizem respeito ao mundo dos Espíritos do que ao mundo corpóreo. Pouco importa que comumente o espírito as esqueça, quando unido ao corpo. Na ocasião oportuna, voltar-lhe-ão como inspiração de momento.
f) Encontrando-se desprendido da matéria, o espírito pode pressentir a morte do corpo físico. Também pode ter plenaconsciência dessa época, o que dá lugar a que, em estado de vigília, tenha a intuição do fato.
g) A atividade do espírito durante o repouso ou o sono corporal pode provocar cansaço no corpo físico, pois ele está a este ligado. Assim, a atividade do espírito durante a sua emancipação reage sobre o corpo e pode fatigá-lo.

Esclarecimentos:

1 - Pode o espírito se emancipar do corpo físico sem que este se encontre em completo sono?

R - Basta que os sentidos físicos se entorpeçam para que o espírito goze de relativa liberdade em relação ao corpo. Para se emancipar, o espírito se aproveita de todos os momentos de afrouxamento dos laços que o ligam ao organismofísico. Desde que as forças vitais se atenuem, ele se desprende parcialmente. Quanto mais se enfraquece o corpo, maior a liberdade do espírito.

2 - Como explicar as visões que temos quando o corpo físico ainda não está completamente adormecido?

R - Enfraquecidos os laços que o ligam ao corpo físico, como vimos na resposta anterior, o espírito dele já pode se desprender, transportar-se e ver à distância. Se fosse completo o sono, essas imagens se manifestariam através dosonho.

3 - O espírito sempre se recorda das idéias que lhe ocorrem durante o sono?

R - Encontrando-se em relativa liberdade, o espírito emancipado goza mais amplamente as suas faculdades, podendo entrar em contacto com outros espíritos e receber conselhos. Essas idéias que lhe são sugeridas nem sempre são recordadas inteiramente pelo espírito ao retornar ao corpo físico, pois, em geral, dizem mais respeito ao mundo espiritual do que ao corporal. No entanto, ainda que não se recorde plenamente das idéias, estas ser-lhe-ão inspiradas no momento oportuno.

4 - A atividade do espírito durante a emancipação pode influenciar de alguma forma o corpo físico?

R - A libertação do espírito em relação ao seu organismo fisiológico dá-se em grau proporcional ao seu estado evolutivo. Quanto mais desenvolvidas as suas faculdades, maior é o grau de liberdade que o espírito desfruta. Entretanto, esse desprendimento é sempre relativo, pois o desprendimento absoluto somente se dá com a morte do corpo físico. Assim, permanecendo ligado ao corpo, à atividade do espírito durante a sua emancipação reage sobre ele, podendo, inclusive, chegar a fatigá-lo.

Reuniões espíritas

Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, eu com elas estarei. (S. MATEUS, cap. XVIII, v. 20.)

Estarem reunidas, em nome de Jesus, duas, três ou mais pessoas, não quer dizer que basta se achem materialmente juntas. É preciso que o estejam espiritualmente, em comunhão de intentos e de idéias, para o bem. Jesus, então, ou os Espíritos puros, que o representam, se encontrarão na assembléia, O Espiritismo nos faz compreender como podem os Espíritos achar-se entre nós. Comparecem com seu corpo fluídico ou espiritual e sob a aparência que nos levaria a reconhecê-los, se se tornassem visíveis. Quanto mais elevados são na hierarquia espiritual, tanto maior é neles o poder de irradiação. É assim que possuem o dom da ubiqüidade e que podem estar simultaneamente em muitos lugares, bastando para isso que enviem a cada um desses lugares um raio de suas mentes.
Dizendo as palavras acima transcritas, quis Jesus revelar o efeito da união e da fraternidade. O que o atrai não é o maior ou menor número de pessoas que se reúnam, pois, em vez de duas ou três, houvera ele podido dizer dez ou vinte, mas o sentimento de caridade que reciprocamente as anime. Ora, para isso, basta que elas sejam duas. Contudo, se essas duas pessoas oram cada uma por seu lado, embora dirigindo-se ambas a Jesus, não há entre elas comunhão de pensamentos, sobretudo se ali não estão sob o influxo de um sentimento de mútua benevolência. Se se olham com prevenção, com ódio, inveja ou ciúme, as correntes fluídicas de seus pensamentos, longe de se conjugarem por um comum impulso de simpatia, repelem-se. Nesse caso, não estarão reunidas em nome de Jesus, que, então, não passa de pretexto para a reunião, não o tendo esta por verdadeiro motivo. (Cap. XXVII, nº 9.)

Isso não significa que ele se mostre surdo ao que lhe diga uma única pessoa; e se ele não disse: "Atenderei a todo aquele que me chamar", é que, antes de tudo, exige o amor do próximo; e desse amor mais provas podem dar-se quando são muitos os que exoram, com exclusão de todo sentimento pessoal, e não um apenas. Segue-se que, se, numa assembléia numerosa, somente duas ou três pessoas se unem de coração, pelo sentimento de verdadeira caridade, enquanto as outras se isolam e se concentram em pensamentos egoísticos ou mundanos, ele estará com as primeiras e não com as outras. Não é, pois, a simultaneidade das palavras, dos cânticos ou dos atos exteriores que constitui a reunião em nome de Jesus, mas a comunhão de pensamentos, em concordância com o espírito de caridade que ele personifica. (Capítulo X, nº 7 e nº 8; cap. XXVII, nº 2 a nº 4.)

Tal o caráter de que devem revestir-se as reuniões espíritas sérias, aquelas em que sinceramente se deseja o concurso dos bons Espíritos.

O que é aura?

"O que é a aura humana senão um prolongamento do mundo da forma, na teia universal, do somatório daquilo que o indivíduo é na realidade?" Kuthumi.
É a manifestação conjunta de corpo, alma e mente que cria em torno da coluna vertebral e da medula espinhal, as emanações a que alguns chamam de "aura humana" e outros de "campo de força magnético do corpo do homem".
Assemelha-se a um gigantesco balão, abastecido por um fluxo de energia regulado por sete grandes centros de luz conhecidos como chacras.
As energias que circulam através do campo de força afetam diretamente os diversos níveis da existência humana, como a saúde, o humor, o equilíbrio emocional e mental e até a qualidade dos relacionamentos.
A quantidade das energias que circulam pelos chacras determinam o tamanho da aura e a qualidade, isto é, a maneira como cada indivíduo utiliza essas energias determina seu aspecto e a coloração, que acabam influenciando as circunstância da sua vida.
Temos que aprender a controlar, proteger, fortalecer e a transformar as energias internas e externas que passam pela sua aura através de práticas tais como mantras, meditações, visualizações e exercícios respiratórios, deixando nosso campo de força menos exposto às influências externas negativas - especialmente às energias conturbadas desses tempos em que vivemos.
As defumações, as incorporações dos guias espirituais, associados ao ritual de Umbanda, são poderosos meios de desintegração de nossas negatividades àuricas. Mas, lembremos, que são instrumentos que não nos dispensam da vigilância e do exercício da fraternidade, recursos perenes para nossa estabilidade energética e emocional.

O que é o "passe"

O passe é uma transfusão de fluidos de um ser para outro. Emmanuel o define como uma "transfusão de energias fisio-psíquicas". Beneficia a quem o recebe, porque oferece novo contingente de fluidos já existentes.Emmanuel o considera "equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos" e compara sua ação a do antibiótico e à assepsia, que servem ao corpo, frustrando instalação de doenças.
Através dele, muitas bênçãos poderemos receber do Alto melhorando o físico, revitalizando células cansadas, fortalecendo órgãos doentes, tonificando o perispírito em descontrole, pacificando o estado psíquico e mental de criaturas que se sentem em alguma dificuldade constrangedora... Como que tomamos uma potente "injeção" dando-nos alento para encarar a vida e lutar por vencer, por superar as dificuldades de cada dia.
O passe não surgiu com o Espiritismo, não é uma criação da Doutrina Espírita. Esse meio de socorrer os enfermos do corpo e da alma já era conhecido e empregado na Antiguidade. Jesus o utilizou, "impondo as mãos" sobre os enfermos e os perturbados espiritualmente, para beneficiá-los. E ensinou essa prática aos seus discípulos e apóstolos, que também a empregaram. Ao longo dos tempos, o passe continuou a ser usado, sob várias denominações e formas, em todo o mundo, ligado ou não a práticas religiosas. No século anterior a Kardec, tudo o que então se conhecia sobre fluidos e como empregá-los estava consubstanciado no Magnetismo, de que o médico austríaco Franz Anton Mesmer foi o grande expoente, beneficiando muitos enfermos. Mas havia, ainda, muita ignorância sobre o que fossem os fluidos e a forma de sua trans -missão. A codificação da Doutrina dos Espíritos, por Allan Kardec, permitiu entendermos melhor o processo pelo qual o ser humano influencia e é influenciado fluidicamente, tanto no plano material como no espiritual. Na atualidade, o passe continua a ser empregado por outras religiões, que o apresentam sob nomes e aparências diversas (benção, unção, johrei, benzedura). Pessoas sem qualquer relação com movimentos religiosos também o empregam.É no meio espírita, porém, que o passe é mais bem compreendido, mais largamente difundido e utilizado. Nele, o passe que Jesus ensinou e exemplificou veio a se tornar uma das principais práticas de ação fluídica.
Para o êxito dessa operação, cabe ao médium passista buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da vida. Mágoas excessivas, paixões, desequilíbrio nervoso e inquietude, bem como alimentos inadequados e alcoólicos, são fatores que reduzem as possibilidades do passista e que, portanto, devem ser evitados.
Aqueles que se consagram aos trabalhos de assistência aos enfermos através de passes, devem cultivar, além da humildade, boa vontade, pureza de fé, elevação de sentimentos e amor fraternal.

Quanto ao seu agente o passe pode ser classificado em:
1) MAGNÉTICO - Quando ministrado somente com os recursos fluídicos do próprio passista (magnetismo humano, próprio médium).
2) ESPIRITUAL - Quando ministrado pelos Espíritos unicamente com seus próprios fluidos (magnetismo espiritual), sem o concurso de intermediário (médium).Os Espíritos agem com observância da sintonia e considerando os méritos ou necessidades do assistido, que, às vezes, nem percebe ter sido beneficiado. Para receber um passe espiritual basta orar e colocar-se em estado receptivo.
3) HUMANO - ESPIRITUAL - Quando os Espíritos combinam seus fluidos com os do médium, dando-lhes características especiais."O fluido humano está sempre mais ou menos impregnado de impurezas físicas e morais do encarnado; o dos bons Espíritos é necessariamente mais puro e, por isto mesmo, tem propriedades mais ativas, que acarretam um fortalecimento mais pronto" .

Lenda de um Exú Marabo

EXÚ MARABÔ DA FIM A CARREIRA DO KIUMBA E SEU CAVALO! 
 Exu Marabô está em terra. Os poucos filhos que acompanham aquele terreiro vibram com sua presença. Na assistência algumas pessoas ansiosas aguardam para serem atendidas. O Exú ri, dança, bebe desenfreadamente.
Atende uma filha da casa recém-casada. Fala para a filha tomar cuidado com o marido, pois ele vai traí-la em breve. A moça desespera-se. Ele então passa uma longa lista para realizar o trabalho salvador. Sabe que já plantou a semente irreversível da desconfiança no jovem casal. Na assistência um pequeno empresário aguarda atendimento. O Exú diz que a firma não falirá, para isso precisa de vultuosa quantia em dinheiro para trabalho urgente. Chega a vez de uma médium, filha de outro terreiro, que visita pela primeira vez a casa. Mais uma vez o compadre não se faz de rogado. Diz para a pequena sair do terreiro que freqüenta, pois segundo ele a mãe de santo não entende nada sobre Umbanda. E assim ele vai plantando a discórdia, a desunião, a dor.
Sempre que pode humilha publicamente os filhos da casa.
Os dias passam sem novidades.
O que ninguém ali imagina é que por trás daquela entidade que se diz chamar Marabô, está escondido um enorme quiúmba. Aproveitando-se do fato do tal pai de santo ser pessoa leiga, gananciosa e totalmente despreparado, ele domina o mental do incauto médium. Diverte-se com a angústia dos outros. Sempre que pode põe o pai de santo em enrascadas (cheques sem fundos, golpes que são descobertos constantemente, brigas e desunião em família). E o pai de santo não tem escrúpulos algum em usar o nome de um grande e respeitado Exú de Lei. Ao contrário, fica feliz em saber que aos poucos vai minando a credibilidade do verdadeiro Marabô. O Exú raciocina que o dia em que as trapalhadas colocarão tudo a perder e ele simplesmente abandonará o falso pai de santo à própria sorte. Não será o primeiro nem o último que ele abandonará. Afinal pensa o quiúmba, não fora ele que médium ainda novo, desenvolvendo, resolveu mistificar para dar uma abreviada no processo mediúnico de desenvolvimento? Não fora também por conta própria que o médium abandonara o terreiro de sua mãe de santo, sem ter preparo algum? Sem falar que enquanto esteve lá, desrespeitava os ensinamentos da casa, zombava dos irmãos de santo, dava golpes em tantos médiuns que muitos pediram até sua expulsão da casa? Pois então fora ele mesmo que atraiu o quiúmba e sendo assim essa sociedade duraria até quando fosse possível.
O ser do umbral ganhando energia negativa, achincalhando Marabô, e o falso pai de santo ganhando dinheiro. O quiúmba também aproveitava para trazer em terra seus falangeiros, que se aproveitam dos médiuns titubeantes da casa.
Hoje é dia de gira, no atabaque o atabaqueiro já está devidamente bêbado e sob influência dos asseclas do quiúmba. As filhas e filhos da casa cegos em sua fé e sob forte energia maléfica, são capazes de aceitar qualquer loucura ali realizadas. O falso Marabô está feliz, já olhou a assistência antes de incorporar.
Notou algumas pessoas que não lhe despertaram interesse.
Algumas mulheres velhas e sem dinheiro, um homem que também não traz dinheiro algum. Vai se divertir com eles. Pronto já está em terra!
Atende a assistência como de costume, diverte-se com as angústias, os medos, as dores daquelas pobres almas.
Chega a vez do homem que estava na assistência, ele adentra de maneira lenta. O quiúmba não lhe dá a mínima atenção.
Um erro fatal.
Pois assim que o homem fica frente a frente com o ser do umbral algo inusitado acontece: o homem incorpora, solta uma gargalhada jovial e desafiadora. Alguns médiuns do terreiro que mistificavam ou recebiam alguns asseclas do quiúmba “desincorporam” convenientemente.
O atabaqueiro de tão bêbado, acaba por cair ao lado do tambor.
A assistência não entende o que se passa.
O quiúmba entende, mas para ele é tarde demais.
Por estar incorporado ele não tem tanta desenvoltura como gostaria nesse momento crucial. Está só, já que os covardes que o seguiam fugiram dali.
Um verdadeiro Marabô está ali diante dele e avança em sua direção.
No congá as velas começam a queimar a cortina que protege o altar.
Na cafua a pinga aquecida pelas velas também se incendeia.
A assistência percebe que algo muito errado está acontecendo e fogem todos.
Antes o verdadeiro Marabô se vira para eles e mostra o quanto foram tolos em se deixar enganar. Fala que devem procurar ajuda, mas em terreiros sérios aonde se pratica a caridade, o amor e a união. Mostra o quanto foram usados.
O quiúmba protesta, mas é inútil, a máscara já caiu.
Marabô não está só, sua falange e muitos Exús de Lei estão adentrando no falso terreiro.
O quiúmba é capturado e levado para o Reino de Exú, onde pagará caro pela insolência.
O falso pai de santo está entregue a própria sorte.
As chamas consomem o terreiro velozmente.
Ao chegar as primeiras viaturas do Corpo de Bombeiro o oficial de plantão presencia uma cena que jamais esquecerá: no meio das chamas o pai de santo é tragado pelo fogo e desencarna diante dos olhos do atônito bombeiro.
Uma risada se faz ouvir. Marabô gargalha satisfeito do outro lado. Apesar das chamas o bombeiro sente um frio que lhe percorre a espinha. O terreiro e o "pai de santo" viram cinzas.
Justiça foi feita.
Saravá Senhor Marabô!!! 


 Mais uma lenda de Exu Marabô
 O reino estava desolado pela súbita doença que acometera a rainha. Dia após dia, a soberana definhava sobre a cama e nada mais parecia haver que pudesse ser feito para restituir-lhe a saúde.
O rei, totalmente apaixonado pela mulher, já tentara de tudo, gastara vultosas somas pagando longas viagens para os médicos dos recantos mais longínquos e nenhum deles fora capaz sequer de descobrir qual era a enfermidade que roubava a vida da jovem.
Um dia, sentado cabisbaixo na sala do trono, foi informado que havia um negro querendo falar com ele sobre a doença fatídica que rondava o palácio. Apesar de totalmente incrédulo quanto a novidades sobre o caso pediu que o trouxessem à sua presença. Ficou impressionado com o porte do homem que se apresentou. Negro, muito alto e forte, vestia trajes nada apropriados para uma audiência real, apenas uma espécie de toalha negra envolta nos quadris e um colar de ossos de animais ao pescoço. - Meu nome é Perostino majestade. E sei qual o mal atinge nossa rainha. Leve-me até ela e a curarei.
A dúvida envolveu o monarca em pensamentos desordenados. Como um homem que tinha toda a aparência de um feiticeiro ou rezador ou fosse lá o que fosse iria conseguir o que os mais graduados médicos não conseguiram?
Mas o desejo de ver sua amada curada foi maior que o preconceito e o negro foi levado ao quarto real. Durante três dias e três noites permaneceu no quarto pedindo ervas, pedras, animais e toda espécie de materiais naturais.
Todos no palácio julgavam isso uma loucura. Como o rei podia expor sua mulher a um tratamento claramente rudimentar como aquele? No entanto, no quarto dia, a rainha levantou-se e saiu a passear pelos gramados como se nada houvesse acontecido.
O casal ficou tão feliz pelo milagre acontecido que fizeram de Perostino um homem rico e todos os casos de doença no palácio a partir daí eram encaminhados a ele que a todos curava. Sua fama correu pelo reino e o negro tornou-se uma espécie de amuleto para os reis.
Logo surgiram comentários que ele seria um primeiro ministro que agradaria a todos, apesar de sua cor e origem, que ninguém conhecia.
Ao tomar conhecimento desse fato o rei indignou-se, ele tinha muita gratidão pelo homem, mas torná-lo autoridade? Isso nunca!
Chamou-o a sua presença e pediu que ele se retirasse do palácio, pois já não era mais necessário ali.
O ódio tomou conta da alma de Perostino e imediatamente começou a arquitetar um plano. Disse humildemente que iria embora, mas que gostaria de participar de um último jantar com a família real.
Contente por haver conseguido se livrar do incomodo, o rei aceitou o trato e marcou o jantar para aquela mesma noite.
Sem que ninguém percebesse, Perostino colocou um veneno fortíssimo na comida que seria servida e, durante o jantar, os reis caíram mortos sobre a mesa sob o olhar malévolo de seu algoz.
Sabendo que seu crime seria descoberto fugiu embrenhando-se nas matas.
Arrependeu-se muito quando caiu em si, mas seus últimos dias foram pesados e duros pela dor da consciência que lhe pesava.
Um ano depois dos acontecimentos aqui narrados deixou o corpo carnal vitimado por uma doença que lhe cobriu de feridas.
Muitos anos foram necessários para que seu espírito encontra-se o caminho a qual se dedica até hoje.
Depois de muito aprendizado foi encaminhado para uma das linhas de trabalho do Exu Marabô e até hoje, quando em terra, aprecia as bebidas finas e o luxo ao qual foi acostumado naquele reino distante.
Tornou-se um espírito sério e compenetrado que a todos atende com atenção e respeito.
Saravá o Sr. Marabô!

Obs.:
A Falange do Exu Marabô é formada por inúmeros falangeiros que levam seu nome e esta é apenas uma das muitas histórias que eles têm para nos contar.

A lenda de Maria Molambo

Sua lenda diz que Maria Mulambo nasceu em berço de ouro, cercada de luxo. Seus pais não eram reis, mas faziam parte da corte no pequeno reinado.
Maria cresceu sempre bonita e delicada. Com seus trejeitos, sempre foi chamada de princesinha, mas não o era. Aos 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei, para casar-se com seu filho de 40 anos.
Foi um casamento sem amor, apenas para que as famílias se unissem e a fortuna aumentasse. Os anos se passavam e Maria não engravidava. O reino precisava de um outro sucessor ao trono. Maria amargava a dor de, além de manter um casamento sem amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher que não tinha filhos era tida como amaldiçoada.
Paralelamente a isso tudo, a nossa Maria era uma mulher que praticava a caridade, indo ela mesma aos povoados pobres do reino, ajudar aos doentes e necessitados.

Nessas suas idas aos locais mais pobres, conheceu um jovem, apenas dois anos mais velho que ela, que havia ficado viúvo e tinha três filhos pequenos, dos quais cuidava como todo amor. Foi amor à primeira vista, de ambas as partes, só que nenhum dos dois tinha coragem de aceitar esse amor.
O rei morreu, o príncipe foi coroado e Maria declarada rainha daquele pequeno país. O povo adorava Maria, mas alguns a viam com olhar de inveja e criticavam Maria por não poder engravidar.
No dia da coroação os pobres súditos não tinham o que oferecer a Maria, que era tão bondosa com eles. Então fizeram um tapete de flores para que Maria passasse por cima. A nossa Maria se emocionou; seu marido, o rei, morreu de inveja e ao chegar ao castelo trancou Maria no quarto e deu-lhe a primeira das inúmeras surras que ele lhe aplicaria. Bastava ele beber um pouquinho e Maria sofria com suas agressões verbais, tapas, socos e pontapés.
Mesmo machucada, nossa Maria não parou de ir aos povoados pobres praticar a caridade. Num destes dias, o amado de Maria, ao vê-la com tantas marcas, resolveu declarar seu amor e propôs que fugissem, para viverem realmente seu grande amor.
Combinaram tudo. Os pais do rapaz tomariam conta de seus filhos até que a situação se acalmasse e ele pudesse reconstruir a família.
Maria fugiu com seu amor apenas com a roupa do corpo, deixando ouro e jóias para trás. O rei no princípio mandou procurá-la, mas, como não a encontrou, desistiu.
Maria agora não se vestia com luxo e riquezas, agora vestia roupas humildes que, de tão surradas, pareciam mulambos; só que ela era feliz. E engravidou.
A notícia correu todo o país e chegou aos ouvidos do rei. O rei se desesperou em saber que ele é que era uma árvore que não dá frutos. A loucura tomou conta dele ao saber que era estéril e, como rei, ele achava que isso não podia acontecer. Ele tinha que limpar seu nome e sua honra.
Mandou seus guardas prenderem Maria, que de rainha passou a ser chamada de Maria Mulambo, não como deboche mas, sim, pelo fato de ela agora pertencer ao povo. Ordenou aos guardas que amarrassem duas pedras aos pés de Maria e que a jogassem na parte mais funda do rio.
O povo não soube, somente os guardas; só que 7 dias após esse crime, às margens do rio, no local onde Maria foi morta, começaram a nascer flores que nunca ali haviam nascido. os peixes do rio somente eram pescados naquele local, onde só faltavam pular fora d’água.
Seu amado desconfiou e mergulhou no rio, procurando o corpo de Maria; e o encontrou. Mesmo depois de estar tantos dias mergulhado na água, o corpo estava intacto; parecia que ia voltar à vida. os mulambos com que Maria foi jogada ao rio sumiram. Sua roupa era de rainha. Jóias cobriam seu corpo.
Velaram seu corpo inerte e, como era de costume, fizeram uma cerimônia digna de uma rainha e cremaram seu corpo. O rei enlouqueceu.
Seu amado nunca mais se casou.

Caboclo 7 Flechas

Queridos irmãos Caboclos são entidades iluminadas, são guerreiras por criação, nada se pede aos Caboclos sem ter uma resposta, mas lembre-se esta entidade pede que o filho sempre lute por seus objetivos.

Para falarmos de determinada Entidade temos que levar em consideração diversos pontos, para afirmar então que essa ou aquela história pertence a tal Entidade é uma responsabilidade muito grande, para inicio de conversa quem escreve tal história tem ter em mente que a mesma pertence à Entidade que trabalha com ele e não todas as Entidades que carregam o mesmo nome, médiuns diferentes espíritos diferentes.

Vamos falar um pouco deste maravilhoso Caboclo, que de passagem já vos digo que não se trata apenas de uma Entidade e sim de toda enorme Falange que podemos encontrar a serviço de todos os Orixás, que usam o nome deste caboclo, de inicio iremos começar com uma frase muito bonita.

"Você que fala da Umbanda
Não sabe o que a Umbanda é
A Umbanda é força divina
A Umbanda é pra quem tem fé.
A Umbanda é de Preto-Velho
E de Caboclo de pé no chão
A Umbanda é de gente humilde
"Pois a Umbanda é amor e perdão"

Aqui eu não irei contar nenhuma história da Entidade e sim alguns fatores que devemos levar em consideração a respeito deste Caboclo.
A vibração original do Caboclo 7 Flechas é a vibração de Oxossi, porém temos que ter em mente que o Caboclo foi agraciado com 7 flechas em que cada uma representa uma vibração de cada Orixá, tendo assim a incumbência de enviar seus Falangeiros a todas as outras vibrações.

Por este fato é que encontramos Caboclos que usam o nome do seu chefe de legião (Caboclo 7 Flechas), espalhados por todas as 7 Linhas e sub-Linhas da Umbanda, ou seja, em todas as vibrações existentes dentro da Umbanda.
O Caboclo 7 Flechas receberam essas flechas de 7 Orixás, a mando de Oxalá e essas flechas podemos tentar definir cada uma.
- Oxossi colocou uma flecha no seu braço direito, flecha da saúde para que derrame sobre nós os bálsamos curadores.
- Ogum colocou uma flecha no seu braço esquerdo, flecha da defesa para que sejamos defendidos de todas as maldades materiais e espirituais
- Xângo cruzou uma flecha em seu peito, para nos defender das injustiças da humanidade.
- Iansã cruzou uma flecha em suas costas, para nos defender de todas as traições de nossos inimigos.
- Iemanjá colocou uma flecha sobre sua perna direita, para abrir nossos caminhos materiais e na senda da espiritualidade.
- Oxum colocou uma flecha sobre sua perna esquerda, para lavar os nossos caminhos, iluminar os nossos espíritos e nos defender de todas as forças contrárias à vontade de Deus.
- Omulu/Obaluaiê entregou em suas sagradas mãos a flecha da força astral superior, para distribuir à humanidade a Divina força da fé e da verdade.


O Caboclo 7 Flechas
- tem um conhecimento profundo das ervas e das folhas de nossa flora e da flora de outros países
- trabalha na cura
- exímio vencedor de grandes demandas espirituais e como alguns costumam dizer ele é um Caboclo Mandingueiro, ou seja, quebrador de mandingas destinadas a seus filhos e a seus protegidos
- manipulador das energias do Astral e não fica "preso" a nenhuma vibração.
- trabalha dentro de todas as vibrações com os Falangeiros que ele comanda.

Infelizmente alguns de nossos irmãos o confundem com o Caboclo Pena Branca justamente por ele trabalhar em todas as Linhas e em todas as vibrações junto a seus Falangeiros.

Assim também acontece com o Caboclo Pena Branca e seus Falangeiros, mas são Caboclos diferentes, vibrações diferentes e principalmente "ordenanças" diferentes, um tem sua vibração original junto a Oxossi e o outro junto a Oxalá.



Não vá contra a sua consciência, só ela mostra a verdade , ela é a visão clara das coisas que a idolatria pode cegar!Paz profunda!
Amor eterno!

Razão e verdade seja sempre o seu lema!
Assim seja!
(Caboclo 7 Flechas, Do livro: Umbanda é Luz – Wilson T. Rivas)



Alguns Falangeiros do Caboclo 7 Flechas:


7 Flechas Caveira
7 Flechas Douradas
7 Flechas Ligeiras

7 Flechas Douradas
7 Flechas de Angola

7 Flechas da Mata Virgem
7 Flechas de Urucaia
7 Flechas de Aruanda

7 Flechas da Jurema
7 Flechas da Pena Branca
7 Flechas das Montanhas
7 Flechas das Almas
7 Flechas das Matas
7 Flechas da Lua Nova
7 Flechas do Oriente
7 Flechas da pedreira
7 Flechas do Panaiá
7 Flechas de Oxossi
7 Flechas de Ogum
7 Flechas da Lua
7 Flechas Azuis
(..)

Acima apenas alguns Falangeiros que eu conheço, mas com toda certeza existe muitos outros o importante é que já deu para perceber que a Falange do Caboclo das 7 Flechas trabalham em diversas vibrações junto a diversos Orixás.